quarta-feira, 27 de abril de 2011

A natureza da Oração






"Eis que estou à porta e bato. Se alguém me ouvir a voz e abrir
a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei e ele comigo"
(Apocalipse 3.20)




Duvido conhecer, em toda Bíblia, qualquer passagem que projete mais a luz a respeito da oração do que esta. E ela é para mim, a chave que abre a porta que dá acesso ao santo e abençoado reino da oração. Orar é deixar que Jesus entre em nosso coração. Isto nos ensina, em primeiro lugar, que não é a nossa oração que motiva o Senhor Jesus. É Jesus que nos move a orar. Ele bate e, assim, evidencia o desejo de entrar em contato conosco. Nossa oração é sempre o efeito de Jesus bater à porta de nosso coração.


Este fato derrama nova luz sobre a velha declaração profética: "Antes de clamarem, já ter-se respondido; e estando eles ainda a falar, eu já terei ouvido"(Is 65:24). Realmente, antes de nós clamarmos Ele, graciosamente, nos revela que dádiva decidirá outurgar-nos. Bate para indurzir-nos pela oração a que abramos a porta e aceitemos o presente que Ele já nos tem reservado.


Desde tempos imemoráveis se tem chamado a oração de "fôlego da alma". Essa metáfora é, em verdade, excelente. O ar que nosso organismo reclama nos envolve por todos os lados. Coisa bem conhecida é esta: mais difícil é conter-se a respiração que exercê-la. O ar de que necessita nossa alma também nos envolve a todos nós, e a todo tempo, e por todos os lados. Deus está ao nosso derredor em Cristo, a todo momento, com sua graça multiforme e onisuficiente, apenas requerendo de nós que abramos os nosso corações.


A oração é o fôlego da alma, o órgão pelo qual recebemos a Cristo em nosso coração ressecado e esturricado. Orar nada mais é do que abrir a porta, dando a Jesus acesso às próprias necessidades nossas e permitindo-lhe exercer Seu poder. Aquele que nos deu o privilégio da oração nos conhece muito bem. Sabe da nossa estrutura, lembra-se que somos pó e é por isso que Ele deu à oração essa natureza peculiar, de sorte que até aquele mais leigo possa a ela recorrer, porque orar é abrir a porta para Jesus. E isto não é difícil, é simplesmente questão de vontade.


Darei eu lugar para que Jesus atenda as minhas necessidades? Essa é a questão fundamental, o ponto importante a respeito da nossa oração. Quando no deserto o povo de Israel se virou contra o Senhor e pecaram, o Senhor fez aparecer serpentes demasiadamente. Em desespero o povo se humilhou e pediu misericórdia. Deus se compadeceu do povo rebelde, mas um fato interessante é que Ele não removeu as serpentes. Ordenou que Moisés levantasse uma serpente de bronze que livraria do veneno, quem tivesse sido picado, olhava para a serpente e era curado.


Esta foi uma medida graciosa pois todos se salvariam, se assim quisessem. Mas te pergunto: e se para se salvar, os picados tivessem que se arrastar até onde tivesse a serpente de bronze e tocá-la? Creio que muitos não teriam se salvado, porque o veneno agiria muito rápido e não poderiam dar mais que alguns passos, mas Deus na sua infinita misericórdia requeria que apenas olhassem para serpente e seriam curados. Sua misericórdia estabeleceu o socorro para Israel. (Jo 3.14,15)

Não importa qual a tribulação em que nos achemos, basta simplesmente olhar para Aquele que está sempre perto com o curativo. Orar nada mais é que erguer os olhos da fé para o Salvador, que diante de nós, está a bater em cada uma de nossas necessidades, com o desejo de ter acesso a nossa tribulação, cear conosco, e glorificar o Seu nome. Pensemos nos pacientes de tuberculose. Os médicos os expõem a luz solar e a ar fresco, logo a recuperação se dará, mais isso irá acontecer, independente do modo que pensam ou da vontade que tenham de se curar.

Nós todos estamos cheios do vírus do pecado, cada um de nós somos um tuberculoso condenado a morte! Mas "o Sol da justiça já veio até nós". Tudo que podemos fazer para obtermos a cura é permitir que o sol da justiça chegue até nós e permanecermos expostos à luz de sua justiça.

sábado, 23 de abril de 2011

NADA VAI ME SEPARAR DO TEU AMOR?





Fico a pensar em como está sendo difícil pronunciar essa frase nos dias de hoje, muitas vezes no calor de um culto empolgante ditas de forma vã por nós porque acaba sendo bonita. Não que Deus não goste de ouvir palavras bonitas , mas muitas vezes não olhamos, ou melhor, não pensamos no que estamos dizendo, palavras estas que na maioria das vezes não daremos contas de cumprí-las.


O interessante é que muitas vezes a empolgação toma conta. Isso me faz lembrar de uma passagem muito triste que se encontra na Bíblia (Jz 11.29-40) e nos conta a história de um homem chamado Jefté, ele fez um voto ao Senhor que se o Senhor lhe entregasse os filhos de Amom nas suas mãos, quem primeiro da porta da sua casa lhe saísse ao encontro, voltando ele vitorioso, esse seria do Senhor, ele ofereceria em holocausto. Jefté era um general, um dos juízes, veio da região de Gileade.


Sua história nos mostra como não podemos nos precipitar ao falar algo que não temos interesse de cumprir e isso tem se tornado hoje meio que rotina entre os "filhos de Deus", estamos em tempos em que muitos dessas práticas são ensinadas pelos próprios líderes que ensinam - mesmo se a pessoa não der conta de realizar - a profetizar ou como dizem muitos chamar ou trazer a existência aquilo que não existe (Rm 4.17), nos levando a aprender a fazer uma barganha que muitas das vezes não será cumprida por nossa parte. Não temos que profetizar palavras como: "Deus, eu quero ser usado", "nada vai me separar do teu amor", e o que é pior, clamar por bens materiais, o que de modo algum pode ser admissível.


E isso, como disse, começa por seus líderes falhando em cumprir o que eles mesmos dizem. Antigamente os líderes não saíam falando para o povo sem antes orar ou consultar a Deus, mas hoje a cada geração de líderes que se levanta continua sendo da mesma forma, falar coisas por falar, não viver o que se prega. Deus permite que muitas coisas assim como aconteceram Jefté , aconteçam com muitos líderes. (Nm 23.19-20) Deus não é homem para que minta, então o que dizer de tantos líderes e nós mesmos que mentimos e nos arrependemos? Será que não nos convertemos realmente, porque conforme as escrituras quem mente é filho do diabo, então o que me diz ?


Davi em Salmos (116-12) pergunta o que darei ao Senhor por todos os benefícios? O que temos dado ao Senhor? Será que temos dado algo que nos custe , algo que seria um sacrifício muito grande para nós? Ou simplesmente estamos oferecendo aquilo que não precisamos ou que é fácil? Pagaremos mesmo o preço? Ou só se o preço for pequeno? Creio que Jefté nunca imaginou que quem lhe seria a primeira pessoa seria justamente sua filha , única filha. Tamanha terá sido a dor desde pai por falar sem ao menos pensar ou pior prometer justamente pra Deus.